A violência doméstica é um problema sério que afeta milhares de pessoas diariamente. Compreender como o sistema judicial lida com esses casos pode ser crucial para quem busca justiça ou defesa. Recentemente, há uma tendência preocupante no contexto dos inquéritos policiais relacionados a esse tipo de violência. Muitas vezes, o suspeito não é ouvido durante o inquérito, o que pode ter implicações significativas para sua defesa. Neste artigo, exploramos a importância de agir rápido na coleta de provas e como isso pode impactar o resultado de um processo judicial.
A Importância do Inquérito Policial
Nos casos de violência doméstica, o papel do inquérito policial se torna crucial não apenas para a acusação, mas também para a defesa do homem acusado. Embora o procedimento inicial de investigação geralmente se centre em ouvir a vítima e coletar suas declarações, o homem frequentemente não é interrogado na fase de inquérito, o que pode ser problemático. Essa fase inicial fornece uma oportunidade única para ambas as partes começarem a construção de suas narrativas.
Ao não ser ouvido no inquérito, o homem perde uma chance significativa de apresentar sua versão dos acontecimentos e de sugerir linhas de investigação que possam ser benéficas à sua defesa. Esse espaço inicial é fundamental, pois permite uma coleta mais ampla de provas enquanto as evidências ainda estão frescas. Delongas adicionais podem resultar na perda de provas essenciais, como imagens de câmeras de segurança que podem ser apagadas ou registros de testemunhas que podem não estar mais disponíveis devido à demora em procurá-las.
Portanto, é imperativo que, na ausência de um interrogatório formal do acusado durante o inquérito, uma ação proativa deve ser tomada para buscar e garantir evidências que sustentem sua defesa antecipadamente. Estratégias eficazes podem incluir a coleta imediata de vídeos, mensagens de texto e depoimentos que suportem sua versão dos fatos antes que o caso progrida para a fase de instrução e julgamento, onde o peso das provas apresentadas inicialmente pode influenciar significativamente o resultado.
Riscos ao Não Produzir Provas
Nos casos de violência doméstica, especialmente quando o homem é acusado, a produção de provas é uma parte crucial para uma defesa eficaz. Ignorar essa etapa pode ser extremamente prejudicial. Durante um inquérito policial, é frequente o homem não ser ouvido imediatamente, o que pode levar a um relaxamento na busca de evidências para sustentar sua versão dos fatos.
É essencial agir rapidamente para coletar qualquer prova que possa estar disponível. Por exemplo, vídeos de câmeras de segurança de lugares ao redor do local do ocorrido podem não estar mais disponíveis se houver demora. Assim, é imperativo garantir que esses vídeos sejam obtidos e guardados o quanto antes.
Outro aspecto importante são as testemunhas. Com o tempo, elas podem mudar de localidade e ficar indisponíveis para corroborar com a versão do acusado. Sem o testemunho delas, a defesa pode ficar fragilizada.
Mensagens de texto e outros meios de comunicação digital também são vitais. Estas mensagens podem ser perdidas com o tempo, especialmente se não forem feitos backups regulares. Trocar de dispositivo sem fazer o devido backup pode resultar na perda completa desses dados.
O risco de não produzir provas pode deixar o acusado com uma defesa significativamente enfraquecida, apoiando-se apenas em sua palavra, sem evidências sólidas para respaldar sua versão dos acontecimentos. Portanto, quanto mais cedo as provas forem reunidas, menores serão os riscos envolvidos.
Vinícius Vieira
Advogado criminalista especialista na defesa do homem acusado de violência doméstica